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0%O mercado financeiro brasileiro vivenciou um dia de forte volatilidade nesta terça-feira, 16 de abril de 2024, com o dólar disparando e o Ibovespa em queda. A moeda norte-americana fechou cotada a R$5,2688, maior valor desde março de 2023, em meio a um cenário de apreensão fiscal e expectativa de juros altos nos Estados Unidos.
O aumento de 1,64% em relação ao dia anterior é reflexo de diversos fatores, entre os quais se destacam as preocupações com as contas públicas brasileiras e a perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos.
Combinação de fatores pressiona o mercado
A valorização do dólar é atribuída a uma combinação de fatores, sendo a principal a revisão das metas fiscais, onde o governo brasileiro anunciou a revisão das metas fiscais para 2023 e 2024, prevendo um déficit primário maior do que o inicialmente projetado.
A medida gerou incertezas entre os investidores, que temem um descontrole das contas públicas. Sem contar na projeção do aumento do salário mínimo para R$1.502 para 2025.
Além disso, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, sinalizou que pode elevar os juros mais rapidamente do que o previsto anteriormente para conter a inflação. Isso torna os investimentos em renda fixa americana mais atrativos, o que desvia recursos de outros mercados, como o brasileiro.
E por fim, a tensão no Oriente Médio também está afetando a cotação do dólar, uma vez que o conflito entre Israel e Palestina se intensificou nos últimos dias, após o ataque iraniano de mísseis e drones contra Israel, gerando incerteza no cenário geopolítico global.
Ibovespa cai em meio a desconfiança do mercado
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira (B3), fechou em queda de 0,75%, a 124.389 pontos. A baixa reflete a desconfiança do mercado com o cenário fiscal e com a perspectiva de juros mais altos nos EUA.
As ações de empresas ligadas ao consumo e à commodities foram as mais afetadas pela queda do Ibovespa. Setores que mais sentiram o impacto foram:
- Setor bancário: as ações de bancos foram as que mais caíram, com destaque para Itaú Unibanco (-1,94%) e Bradesco (-1,77%), isso porque a alta dos juros nos EUA torna o crédito mais caro, o que pode afetar negativamente o lucro das instituições financeiras
- Setor de commodities: as ações de empresas de commodities também recuaram, com destaque para Vale (-1,66%) e Petrobras (-1,17%), onde a queda dos preços das commodities no mercado internacional pressionou as cotações das ações desse setor
Especialistas analisam o impacto da alta do dólar
Analistas alertam que a alta do dólar pode ter impactos negativos para a economia brasileira, como:
- Aumento da inflação: a importação de produtos fica mais cara, o que pode levar a um aumento dos preços para o consumidor final
- Queda do PIB: a desvalorização do real pode desestimular investimentos e reduzir o crescimento da economia
- Perda de poder de compra: a população brasileira perde poder de compra quando o real se desvaloriza em relação ao dólar
Governo tenta acalmar o mercado
O governo brasileiro tentou acalmar o mercado, afirmando que está tomando medidas para controlar as contas públicas e que a economia brasileira está forte. No entanto, os investidores permanecem cautelosos e aguardam mais informações sobre as medidas que serão tomadas pelo governo.
Perspectivas para o mercado financeiro
As perspectivas para o mercado financeiro brasileiro no curto prazo são incertas. A alta do dólar e a queda do Ibovespa podem ser apenas um movimento passageiro, mas também podem ser o início de uma tendência de baixa mais prolongada.
Investidores devem ter cautela
Investidores devem ter cautela ao tomar decisões de investimento neste momento. É importante diversificar os investimentos e buscar orientação profissional antes de tomar qualquer decisão.
- Diversificação: é importante diversificar os investimentos em diferentes classes de ativos, como ações, renda fixa, commodities e investimentos internacionais
- Cautela: os investidores devem ser cautelosos ao tomar decisões de investimento e evitar decisões impulsivas
- Longo prazo: é fundamental ter uma visão de longo prazo para os investimentos e não se deixar levar pelas oscilações do mercado no curto prazo