Sempre que uma pessoa compra alguma coisa, é preciso escolher entre as várias formas de pagamento que existem, não é mesmo?

Isso acontece porque existem diversas formas de realizar um pagamento. Atualmente, as mais comuns são: dinheiro, cartão de débito, cartão de crédito, transferência bancária (TED ou DOC), boleto e PIX.

E não para por aí, dependendo da escolha que for feita, ainda será preciso tomar uma importante decisão: será que vale mais a pena pagar à vista, ou é mais vantajoso parcelar no cartão de crédito, por exemplo?

Pois bem, via regra, não há uma resposta certa ou errada para essa questão, já que escolher entre o pagamento à vista ou a prazo depende do orçamento e das finanças de cada pessoa. É exatamente sobre quando escolher cada uma das opções disponíveis que este conteúdo vai tratar. Mas, antes de pensar sobre a questão, vamos a dois exemplos:

  1. João é um rapaz que só compra à vista, sendo mais difícil adquirir alguns produtos de maior valor, como, por exemplo: geladeira, fogão, televisão, entre outros. Nesse caso, embora João tenha mais controle sobre seu dinheiro e evite fazer contas longas, ainda assim, não consegue adquirir tantos bens, justamente porque esse maior controle sobre seu salário acaba lhe limitando um pouco, ou seja, se ele não consegue pagar à vista, prefere nem comprar.
  2. Maria é uma mulher que só compra à prazo e assim, embora tenha mais facilidade para adquirir alguns produtos, mesmo que o valor deles seja mais alto, corre o sério risco de vir a ter problemas com juros. Nesse caso, Maria é bem menos controlada com seu dinheiro, pois por acreditar que pode parcelar suas compras, acaba não tendo dimensão real das contas que está fazendo, o que leva as compras por impulso e consequentemente o endividamento.

Analisando os dois exemplos, podemos perceber que as formas de pagamento são totalmente opostas. Uma facilita por ser um meio muito mais rápido de comprar, porém, a velocidade de endividamento também é alta (caso da Maria).

Na outra, o malefício é que se tem um maior controle das finanças, mas com uma velocidade de inadimplência menor e uma maior demora para realizar determinadas compras (caso do João).

Então, em ambos os casos temos extremos, ou a pessoa se limita e não compra ou compra demais, sem necessidade. É por isso que é muito importante entender sobre o uso das duas formas de pagamento atuais, visto que dependendo da situação e das suas finanças, um método pode ser mais indicado que o outro, você não precisa escolher somente um!

Então, vamos pensar mais sobre o assunto?!

Como escolher as formas de pagamento?

Bom, conforme mencionamos, não existe um método de pagamento 100% certo, pois isso depende de cada pessoa e situação. Entretanto, independentemente da forma escolhida para comprar, você sempre deve priorizar NÃO criar dívidas acumuladas. Isso significa ficar criando despesas na qual atrasará o pagamento rotineiramente.

E não pense que isso se aplica somente as compras parceladas, pois se você paga à vista com um dinheiro destinado a outra conta, automaticamente, está interferindo em seu orçamento mensal, podendo complicar sua situação financeira e assim criar dívidas.

Mas, via regra geral, os especialistas financeiros recomendam as formas de pagamento à vista. Porém, ao invés de pagar com dinheiro ou no débito, a recomendação é fazê-la usando o cartão de crédito, mas cuidado, é preciso ter um controle já que você só irá pagar a fatura futuramente.

Ao pagar dessa forma as chances de se endividar são bem menores, quando comparadas as do pagamento a prazo. Isso porque quando você paga o valor do produto ou serviço no ato da compra, já se vê livre de contas futuras, não gerando despesas para o próximo mês.

Essa forma de pagamento inclusive é perfeita para quem gosta de seguir o planejamento financeiro, pois assim há um maior controle do dinheiro, afinal, nunca sabendo quando passaremos por um momento de aperto nas finanças, não é mesmo?

Além disso, uma ótima vantagem é o pagamento à vista com desconto, pois, normalmente, nesse meio conseguimos um bom desconto no valor final da compra. Inclusive, dependendo do caso o desconto é tão bom que acaba superando os rendimentos de um investimento.

Se você tem dinheiro aplicado, na poupança, por exemplo, e não sabe se deve usar para pagar à vista ou deixá-lo rendendo, pense no desconto. Assim, se tem dinheiro sobrando e o uso dele não irá comprometer seu orçamento familiar, pague à vista, especialmente para as compras de menor valor!

Contudo, nem sempre o pagamento no ato da compra é a melhor opção, principalmente no caso de valores mais altos. A dica para ver se o pagamento a prazo vale a pena ou não é avaliar os juros. Se esses superarem metade do valor da compra, então não é vantajoso. Mas, muita atenção nas “letras miúdas”, pois em muitos casos se fala “SEM JUROS”, mas as taxas estão embutidas no valor das parcelas.

Os juros podem aparecer de diferentes formas:

  • Juros de mora: são os juros cobrados por atrasos na fatura, sendo pagos todas vez que você não conseguir pagar até a data do vencimento;
  • Juros do rotativo: são os juros dos cartões de crédito, nos quais aparecem quando você não paga ou paga apenas uma parte do valor da fatura, como o valor mínimo, por exemplo.

Dentre esses, o rotativo do cartão tem taxas de juros altíssimas. O estrago pode ser tão grande em suas finanças que o governo em 2017 alterou as regras desse tipo de crédito, fazendo com que só seja possível pagar o mínimo da fatura apenas durante um mês. A partir da segunda vez, o banco ou instituição financeira deve lhe oferecer formas de pagamento com juros mais baixos.

O Brasil tem cerca de 63,5 milhões de pessoas endividadas atualmente e dentre essas, quase 40% é devido a dívidas acumuladas no cartão de crédito. Então, para ter uma vida financeira estável, você deve evitar esse tipo de situação, pois os juros vão crescendo e consumindo o seu salário.

Por isso, pagar a prazo, embora seja uma solução mais rápida de adquirir bens de maior valor, ainda assim é um caminho que requer mais controle financeiro. Sendo assim, se você não é uma pessoa organizada financeiramente, fuja dessa forma de pagamento.

Como saber se fiz a escolha certa?

Se você quer saber qual das duas formas de pagamento é a melhor para você, pense no contexto geral.

Se você decidir pagar à vista, mas isso deixará sua carteira vazio, então não é interessante. Mas, pense se essa realmente é uma conta que precisa ser feita agora. Já se escolher pelo parcelamento, questione-se sobre os juros e o valor das parcelas, ou seja, será que as prestações estarão dentro do seu orçamento?

Conclusão

Independentemente do método de pagamento escolhido, para que as finanças continuem em dia, é essencial ter o controle de seu dinheiro e dívidas. Jamais mergulhe em um “mar de parcelas infinitas” e nem saia pagando tudo no ato, gastando seu dinheiro do mês todo de uma única vez.

Na prática, a dica é usar ambas as formas de pagamento, pois assim terá menos chances de se endividar e ainda conseguirá poupar um pouco de dinheiro!